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DE ONDE VEM ESTE NOME?

A primeira coisa que temos a dizer é que este termo “essencial” gera muita confusão, pois ninguém precisa de tremor para viver. Quando este termo foi cunhado em 1874 pelo neurologista italiano Pietro Burresi, e depois repetido por outros neurologistas, a idéia era de que talvez esse tremor, sem nenhuma outra doença que o justificasse, fosse uma característica “de nascença” da pessoa, como a cor do cabelo, por exemplo. Com o tempo se viu que esta idéia estava errada, mas o termo permaneceu.

PREVALÊNCIA E CAUSAS

O tremor essencial é o distúrbio do movimento mais comum e acomete cerca de 5% da população mundial. Em 50% dos casos, há outras pessoas na família acometidas pela doença, sugerindo uma causa genética, muito embora, até hoje, não tenha sido descoberto um gene causador.  Nestes casos em que há uma história familiar positiva, o tremor costuma iniciar mais cedo, na adolescência. Nos casos sem história familiar, costuma aparecer após os 60 anos de idade. A verdade é que, até hoje, a medicina não encontrou uma causa para esta doença. Contudo, sabe-se que pessoas com esta condição apresentam alterações microscópicas numa região do sistema nervoso chamada cerebelo. 

SINTOMAS E DIAGNÓSTICO

Como o próprio nome da doença sugere, o principal sintoma é o tremor. Ele pode ocorrer em qualquer parte do corpo, mas – para o diagnóstico – é imprescindível que os membros superiores sejam acometidos. É um tremor que é muito pior quando a pessoa vai fazer algum movimento do que com os braços parados, ou seja, é um tremor de ação. Costuma afetar as duas mãos de forma simétrica, mas pode haver um pouco de assimetria. As pernas raramente são acometidas, o que ajuda a diferenciar do tremor da doença de Parkinson. O tremor pode ficar estável ou piorar ao longo dos anos, o que sugere que o tremor essencial possa ser uma doença neurodegenerativa. Alguns pacientes tem um pouco de incoordenação motora  e dificuldades cognitivas leves além do tremor. O diagnóstico é baseado nas características clínicas e exclusão de outras causas de tremor. Não existem exames complementares que dêem o diagnóstico.

TRATAMENTO

Independentemente da causa do tremor, sabemos que o tratamento de questões emocionais tem grande impacto no tremor. Sendo assim, o manejo do estresse e ansiedade são fundamentais.

Nem todos os pacientes com tremor essencial precisam tomar medicações, já que estas não previnem a doença de piorar, apenas tratam os sintomas. O tratamento com medicações está indicado para os casos em que há prejuízo nas atividades do paciente ou grande embaraço social. 

Há apenas dois fármacos considerados como primeira linha no tratamento: Propranolol e Primidona. Outras opções são Gabapentina, Topiramato, Alprazolam, etc. Não utilize estas medicações sem orientação médica, pois são contra-indicadas em alguns casos. 

Apesar de ser considerada uma doença benigna, o tratamento do tremor essencial é desafiador já que boa parte dos pacientes podem não responder às medicações. Além disso, mesmo os que respondem, podem não tolerar o tratamento pelo aparecimento de efeitos colaterais. Estudos recentes apontam que cerca de 40% dos pacientes com tremor essencial estão insatisfeitos com o tratamento medicamentoso. Sendo assim, a outra alternativa seria a cirúrgica. A cirurgia pode ser feita de duas formas:

> Cirurgias Ablativas: produz-se uma pequena lesão numa estrutura cerebral associada ao tremor (tálamo). Esta lesão pode ser feita por radiofrequência, gamma knife (um tipo de radiação) ou ultrassom focado. Tanto pela técnica de gamma knife, quanto do ultrassom, não é necessário “abrir a cabeça” e são consideradas técnicas não invasivas;

>  DBS (Deep Brain Stimulation): também conhecido como “marcapasso cerebral”, sua vantagem sobre as técnicas ablativas seria a possibilidade  de ajuste de acordo com a evolução da doença e de poder operar os dois lados do cérebro, já que nas lesões, quando bilaterais, há alto risco de efeitos colaterais, especialmente na fala. 

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