São movimentos involuntários (hipercinesias) ou redução do movimento espontâneo (hipocinesias). Abaixo vamos explicar cada movimento anormal destas duas categorias:
HIPOCINESIAS:
> O grande exemplo deste grupo são os Parkinsonismos. Esta palavra “parkinsonismo” não é uma doença em si, mas uma combinação de 2 ou 3 sintomas. A pessoa está parkinsoniana quando ela tem lentificação mais rigidez muscular e/ou tremor de repouso. O parkinsonismo pode ser causado por medicamentos, inflamações / infeções do sistema nervoso, lesões vasculares, doença de Parkinson ou outras doenças neurodegenerativas. Existe um grupo de doenças neurodegenerativas que é chamado de “Parkinsonismos Atípicos”. Neste grupo estão doenças como Atrofia de Múltiplos Sistemas, Paralisia Supranuclear Progressiva, Síndrome Córticobasal e doença por corpúsculos de Lewy. Cada uma delas terá um texto explicativo mais adiante.
HIPERCINESIAS:
> Tremores: existem várias causas e tipos de tremor, mas grosseiramente os tremores são divididos entre aqueles que ocorrem quando o corpo está completamente relaxado (tremor de repouso) ou quando existe alguma ação (tremor de ação). Existem doenças em que predomina um desses dois, mas eles podem coexistir. Além disso, os tremores podem afetar diferentes partes do corpo e acometerem os lados direito e esquerdo de forma simétrica ou não. Os tremores podem ser causados pelas mesmas condições descritas acima como causas de Parkinsonismos. Entretanto, uma das principais doenças que causam tremor é o Tremor Essencial. Nesta condição, geralmente outros membros da família são afetados e o tremor costuma ser predominantemente de ação e simétrico.
> Distonias: são contrações musculares que levam a movimentos de torção e/ou posturas anormais. Quando começam na infância, tendem a começar nas pernas ou pescoço e se espalharem por todo o corpo e, geralmente, tem origem genética. Já, quando iniciam na idade adulta, tendem a ficar restritas a um região do corpo. A região mais comumente acometida é a região cervical. A causa da grande maioria das distonias do adulto é desconhecida.
> Mioclonias: são movimentos abruptos, tipo “choque”. Todos nós temos mioclonias espalhadas pelo corpo quando estamos pegando no sono, e isso é normal. Contudo, existe uma série de situações em que a presença das mioclonias pode apontar para outras doenças. Um exemplo, muito comum, são as mioclonias que surgem em um lado da face, conhecidas como espasmo hemifacial.
> Coréias: são movimentos que lembram uma dança e podem até ser confundidos com agitação e ansiedade. Na infância, pode acontecer após uma infeção de garganta por uma bactéria específica (estreptococo beta-hemolítico do grupo A). Nos adultos, pode ser causada por descompensação do diabetes, gravidez, doenças reumatológicas, infeções ou lesões do sistema nervoso ou doenças genéticas.
> Ataxias: Expressam-se como incoordenação motora, exatamente como acontece quando se bebe demais: fala enrolada, caminhar com as pernas mais abertas e dificuldade de manter o equilíbrio. Podem ser causadas por doenças que alteram a sensibilidade da pele ou por doenças que de alguma forma machuquem o cerebelo, que é a região do sistema nervoso responsável pelo equilíbrio e coordenação. Essas doenças podem ser desde um AVC (acidente vascular cerebral), infeções, cânceres ou mesmo doenças genéticas. Um dos exemplos de doença genética causando ataxia é a Ataxia Espinocerebelar tipo 3 (SCA3) ou doença de Machado Joseph.
> Tiques: são popularmente conhecidos como “cacoetes”. Costumam iniciar na infância e tendem a diminuir ou desaparecer na idade adulta, mas podem permanecer. Podem ser motores – como piscar, franzir o nariz, revirar os olhos, “dar de ombros”, fazer gestos obscenos – e vocais – como pigarrear, fungar, repetir palavras ou falar palavrões. Quando há tiques motores e vocais, normalmente o paciente é classificado como tendo a Síndrome de Tourette.
Se você conhece alguém que tenha algum distúrbio do movimento, oriente esta pessoa a procurar um neurologista treinado em atender estas doenças, pois boa parte destas pessoas, muitas vezes, demora anos para ter um diagnóstico adequado.