É muito comum as pessoas irem no “Neuro” e não saberem se ele era Neurologista ou Neurocirurgião. E, apesar de serem áreas complementares da medicina, tratam muitas vezes doenças diferentes ou tratam as mesmas doenças, mas com enfoques diferentes e complementares. Ou seja, o Neurocirurgião NÃO é um Neurologista que estudou mais para poder fazer cirurgia, pois a formação dos dois é diferente desde o princípio. E por que isso é importante? Porque o paciente precisa saber quando é melhor procurar um e quando é melhor procurar o outro, pois certamente você será melhor atendido pelo profissional que tem a formação mais adequada para a sua doença. Sendo assim, sugerimos uma lista de sintomas / doenças que é melhor avaliada por um ou por outro:
NEUROLOGISTA: trata dores de cabeça, convulsões, demências (esquecimentos), doenças musculares, doenças dos nervos periféricos (as neuropatias), doenças desmielinizantes (como esclerose múltipla), acidentes vasculares cerebrais (AVCs), distúrbios do movimento (como tremores, Parkinson, etc.), distúrbios do sono, meningites e outras infecções do sistema nervoso, etc.
NEUROCIRURGIÃO: trata dos aneurismas, AVCs agudos com indicação cirúrgica, tumores do sistema nervoso, trata alguns casos de epilepsia refratária, avalia problemas de coluna, trata casos de distúrbios do movimento com indicação cirúrgica, fazem biópsia de lesões cerebrais, drenam o líquido cefalorraquidiano nos casos de hidrocefalia, atendem os casos de trauma medular ou cranioencefálico, etc.
Algumas vezes, os Neurologistas entram junto com os Neurocirurgiões no bloco cirúrgico para fazer a avaliação clínica dos pacientes durante a cirurgia. Isto pode ocorrer na cirurgia da doença de Parkinson, por exemplo.
Da mesma forma que há esta confusão entre os “Neuros”, algumas pessoas acreditam que o Neurologista deva tratar quadros emocionais como depressão e ansiedade, que – na verdade – são muito melhor acompanhados por Psiquiatras, os quais tem toda uma formação voltada só para tratar os transtornos emocionais.
Um último detalhe é que – com a constante expansão do conhecimento – fica cada vez mais difícil os especialistas dominarem mesmo a sua área, e isso tem gerado as subespecialidades dentro de cada especialidade e, mais uma vez, a qualidade do atendimento muda muito se você já for direcionado a um subespecialista, especialmente se tiver um quadro mais complexo.
Então, se você já foi a diversos “neuros” que não resolveram o seu tremor, que tal procurar um especialista em Distúrbios do Movimento? Mas o que são Distúrbios do Movimento? Ah, isso é assunto para o próximo capítulo.